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O chefe do Exército do Sudão nomeou um ex -funcionário da ONU como o primeiro primeiro -ministro do país africano desde que sua brutal Guerra Civil eclodiu há dois anos, nas costas de crescentes vitórias militares, particularmente sua derrubada de forças paramilitares da capital em março.
Kamil al-Taib Idris, um diplomata de carreira que anteriormente trabalhou como consultor jurídico do Sudão em sua missão da ONU e também já havia concordado à presidência, terá como objetivo formar um governo de transição no país que foi destruído por luta.
Ele foi nomeado na segunda-feira pelo chefe das Forças Armadas Sudanesas (SAF), general Abdel-Fattah Burhan, que também atua como presidente do Conselho Soberano de Transição do Sudão.
Idris substitui o diplomata Dafallah al-Haj Ali, a quem Burhan nomeou o primeiro-ministro interino em 30 de abril.
Impulsionado por meses de avanços militares, incluindo repelir as rápidas forças de apoio (RSF) da capital, o Exército pretende restaurar uma aparência de normalidade à política do país. Burhan adota a criação de um governo de transição.
Mas no início deste mês, o RSF começou a atacar Port Sudan, a sede da administração alinhada pela SAF, que anteriormente permaneceu um refúgio seguro na maior parte.
Ahmed Soliman, bolsista sênior de pesquisa do programa de Chatham House Africa, disse à Euronews que os ataques de drones foram projetados para atingir a infraestrutura crítica e mostrar que o exército não é capaz de fornecer aos civis segurança.
A nomeação de Idris ocorre quando o SAF e o RSF tentam estabelecer sua legitimidade política, mais de três anos depois que o último primeiro -ministro Abdalla Hamdok deixou o cargo em janeiro de 2022, depois que ele não conseguiu resolver disputas entre as forças políticas do país.
A guerra começou em abril de 2023, depois que as tensões entre o SAF e o RSF eclodiram em Cartum e logo se espalharam além da capital.
Em fevereiro, o RSF e seus aliados assinaram uma carta política na capital do Quênia Nairobi, destinada a estabelecer um governo paralelo para desafiar o governo apoiado pelos militares. A Carta, que exigia “um estado secular, democrático e descentralizado”, intensificou preocupações sobre a lança do Sudão.
A guerra foi marcada por atrocidades cometidas pelo SAF e pelo RSF, incluindo estupro em massa e assassinatos etnicamente motivados, que podem chegar a crimes de guerra e crimes contra a humanidade, de acordo com a ONU e os grupos internacionais de direitos humanos.
No mês passado, a Anistia Internacional divulgou uma investigação que o RSF havia cometido violência sexual generalizada, que afirmou que totalizava possíveis crimes contra a humanidade.
As estimativas do número morto no conflito variam amplamente, de 24.000 a 150.000. Cerca de 13 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas, incluindo 4 milhões que deixaram o país.
Partes do Sudão estão sofrendo fome, com cerca de metade da população – quase 25 milhões de pessoas – experimentando insegurança alimentar aguda, de acordo com o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR).
Fontes adicionais • AP