Petróleo em alta com tensão entre Israel e Irã

by Radar Invest News

Relatos de ataque a instalações nucleares e falas do Fed pressionam o cenário global.

O petróleo voltou a subir de forma expressiva nos mercados internacionais nesta terça-feira (21), refletindo o acirramento das tensões geopolíticas no Oriente Médio. Segundo informações da CNN, os Estados Unidos teriam obtido dados de inteligência que apontam para planos de Israel de atacar instalações nucleares iranianas, em resposta a avanços do programa atômico de Teerã. O movimento ocorre após semanas de escalada retórica e militar entre os dois países, com troca de ameaças diretas e aumento do alerta internacional.

No mercado futuro, o barril do Brent operava com alta próxima de 2%, impulsionado pelo risco de desestabilização na região que concentra mais de 30% da produção global de petróleo. Investidores voltaram a precificar o risco de oferta, especialmente diante da possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz, rota por onde transita parte relevante do comércio de petróleo no mundo.

A alta da commodity energética ocorre em um momento de fragilidade na recuperação econômica global e contribui para reacender temores inflacionários, especialmente em economias que ainda mantêm juros elevados, como Estados Unidos, Reino Unido e Brasil.

Além das tensões geopolíticas, o mercado também acompanhou falas de dirigentes do Federal Reserve, que adotaram um tom mais cauteloso em relação aos próximos passos da política monetária americana. Thomas Barkin, do Fed de Richmond, afirmou que o banco central ainda precisa de mais sinais de moderação na inflação antes de considerar cortes de juros. Outros membros, como Mary Daly e Raphael Bostic, reforçaram o compromisso com a estabilidade de preços, ainda que reconheçam riscos para o crescimento.

A combinação entre instabilidade no Oriente Médio e postura defensiva do Fed contribui para um cenário de reprecificação global de risco, com investidores migrando para ativos considerados mais seguros (como Treasuries), e ativos de risco — como ações e moedas de países emergentes — sofrendo maior volatilidade.

No Brasil, o efeito imediato foi sentido na Petrobras, cujas ações subiram modestamente acompanhando o avanço do petróleo, mas ainda sob cautela diante dos ruídos políticos internos e da indefinição quanto à exploração da Margem Equatorial. A valorização da commodity, no entanto, pode ter impactos positivos sobre a balança comercial brasileira, caso os preços se mantenham em patamares elevados nas próximas semanas.

Visão Radar sobre a notícia:
A nova escalada entre Israel e Irã reacende os temores de desestabilização na oferta global de energia, em um momento particularmente delicado para os mercados. O risco geopolítico somado à retórica conservadora do Fed forma um pano de fundo de pressão sobre ativos de risco e pode forçar uma reavaliação dos portfólios por parte dos grandes gestores.

Impacto nos ativos:

🟢 Petrobras: Positivo – valorização do petróleo tende a impulsionar receita

🔴 Ibovespa: Negativo – risco global reduz apetite por emergentes

🔴 Dólar: Negativo – cenário global gera aversão ao risco e busca por proteção

🔴 DI: Negativo – pressão inflacionária pode adiar cortes na Selic

🔘 Bitcoin: Neutro – pode ser beneficiado como ativo alternativo, mas com alta volatilidade

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