Em evento, Mercadante apoia Haddad e pede ajuda do Congresso

by Radar Invest News

Presidente do BNDES declara que o ministro da Fazenda não tem “poupado esforços” para superar o desafio fiscal

O presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, apoiou publicamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta 2ª feira (26.mai.2025). Também cobrou contribuição do Congresso para que o Brasil resolva o “desafio fiscal”, em referência ao desequilíbrio das contas públicas.

A fala foi durante participação no evento “Nova Indústria Brasil”, em comemoração ao Dia da Indústria -comemorado no domingo (25.mai)-, realizado na semana seguinte ao anúncio do aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que elevará a carga tributária sobre crédito, compras no exterior, câmbio e previdência privada.

O Poder360 mostrou que o governo arrecadou mais de R$ 70 bilhões com o imposto em valores reais. Esse é o maior valor da série histórica. Haddad propôs um aumento de tributo que possibilita uma receita superior a R$ 100 bilhões por ano.

Mercadante disse, no evento, que Haddad é um “grande ministro da Fazenda”. E completou: “[Ele] Tem uma responsabilidade imensa, uma visão estratégica e o compromisso com os valores republicanos, com o bem público. Não tem poupado esforços pessoais. […] Nós temos dado todo o apoio e vai continuar assim. Força e estamos juntos, Haddad!”, disse.

Assista:

https://www.youtube.com/watch?v=wEWXWq_V_OU

Mercadante declarou que o Congresso, os empresários e a sociedade têm, assim como o ministro da Fazenda, que contribuir para as medidas voltadas à economia. “Nós temos um desafio fiscal muito importante para o Brasil”, disse o presidente do BNDES.

Segundo Mercadante, o mundo vive uma crise global de “grandes proporções”. Afirmou que o cenário é desafiador e implica em mais instabilidade e volatilidade. Defendeu haver uma “erosão” das instituições multilaterais e uma “ruptura do paradigma ocidental de governança liberal das relações diplomáticas e econômicas entre países”.

Disse ser preciso mudar a relação Estado-mercado para que o setor público fomente iniciativas de inovação e impulso econômico.

IOF

Mercadante foi aplaudido ao dizer que Haddad não pode ficar sozinho “segurando todo esse desafio gigantesco que nós temos pela frente”. Ele relativizou o aumento do tributo. “Nós já tivemos IOF muito mais alto do que esse que está aí”, disse. O presidente do BNDES afirmou que o imposto tem um papel de contração monetária. Disse que a taxa básica, a Selic, em 14,75% ao ano é um “ponto fora da curva” e que precisa começar a “ter uma transição”.

A Selic gera dívida. O IOF gera receita. Diminui o problema da relação dívida-PIB na sustentabilidade”, disse.

Segundo ele, o Brasil precisa revisar gastos estruturais e repensar como aumentar a eficiência das despesas para os que mais precisam. O presidente do BNDES criticou as associações que publicaram nota contrária ao aumento do IOF. Afirmou que Haddad precisa entregar as metas fiscais.

“Precisamos de uma agenda que não pode ser só do ministro da Fazenda. […] Vamos criar uma mesa de diálogo. E as entidades empresariais, mais do que soltar manifesto… isso daí eu faço desde a época do centro acadêmico, faz 50 anos… Acho que não funciona muito. Tem que trazer propostas. Tem que dizer qual é a alternativa”, disse.

Mercadante sugeriu, aplaudido, que sejam ampliados os impostos sobre as bets, as casas de apostas. “É uma área que precisa de mais receita”, disse.

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