Haddad compara IOF a juros e reconhece impacto na indústria

by Radar Invest News

Ministro da Fazenda diz que a alta no imposto é como a Selic: “Nem por isso os empresários deixam de compreender”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comparou nesta 2ª feira (26.mai.2025) a alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) à taxa básica de juros, a Selic. Ele foi questionado por jornalistas se o tributo elevado não vai encarecer o crédito para a indústria. Respondeu: “Quando sobe a Selic aumenta o custo do crédito. É igual”.

A equipe econômica decidiu aumentar as tarifas do IOF em algumas situações para aumentar a arrecadação federal. É uma tentativa de fortalecer as contas públicas. A Fazenda esperava R$ 20,5 bilhões nos cofres do governo com a medida.

A medida foi vista por parte do mercado financeiro como uma tentativa de “controle cambial”. Essa mudança no IOF impactaria o dólar porque afeta diretamente o fluxo de entrada e saída de moeda estrangeira do Brasil, influenciando a oferta e a demanda pelo câmbio.

A leitura negativa fez o governo revogar a norma para os investimentos, depois de uma reunião entre ministros do Palácio do Planalto.

Haddad reforçou nesta 2ª feira (26.mai) que tem até o final da semana para dizer como vai compensar as perdas causadas pelo recuo. São duas opções centrais:

  • fazer uma nova restrição no Orçamento;
  • criar uma nova medida que aumente a arrecadação.

Ainda sobre o impacto na indústria, o ministro da Fazenda disse que os empresários do setor entendem quando o Banco Central eleva os juros. Ou seja, sinalizou que o entendimento deveria ser o mesmo em relação ao IOF.

“Quando aumenta a Selic, aumenta o custo de crédito. E nem por isso os empresários deixam de compreender a necessidade da medida”, declarou a jornalistas ao sair do evento Nova Indústria Brasil, no Rio.

Na contramão da fala do ministro, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) havia criticado a elevação da Selic em maio. A entidade definiu o aumento “equivocado”.

Entenda o que é:

  • Selic – taxa básica de juros da economia brasileira. Influencia diretamente as cobranças de empréstimos, financiamentos e investimentos. No mercado financeiro, impacta o rendimento de aplicações;
  • IOF – tributo cobrado pelo governo em operações de crédito, câmbio, seguros e investimentos.

AS TAXAS DO IOF

Haddad voltou a afirmar que as taxas do Imposto sobre Operações Financeiras eram maiores no governo passado. Pediu que os jornalistas fizessem o “dever de casa” ao falar sobre as informações.

A maioria das taxas propostas por Haddad são menores que eram durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). A questão é que muitas iam cair nos anos seguintes –agora, não vão mais.

Um exemplo são as transações com cartão internacional. O tributo nessas operações estava em 3,38% em 2025 e teria uma redução gradual até 0% em 2028. Agora, a equipe econômica determinou que a transição não será mais realizada e deixou uma taxa fixa de 3,5%.

A taxa fixa determinada por Haddad é menor do que o observado em anos anteriores, como os 4,38% de 2024. Mas é maior do que seria nos seguintes:

  • 2025 – 3,38%;
  • 2026 – 2,38%;
  • 2027 – 1,38%;
  • 2028 – 0%.

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