EUA vão revogar visto de estudantes chineses, diz Rubio

by Radar Invest News

Secretário de Estado do país afirma que medida atinge quem tem relações com o Partido Comunista Chinês

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou na 4ª feira (28.mai.2025) que o governo do presidente Donald Trump (Partido Republicano) vai “revogar agressivamente” vistos de estudantes chineses, principalmente aqueles com vínculos ao Partido Comunista Chinês e os que estudam em “campos críticos”.

No comunicado “Novas políticas de vistos colocam a América em 1º lugar, não a China”, o Departamento de Estado disse que vai “revisar os critérios para a concessão de vistos, aprimorando a análise de todos os futuros pedidos da República Popular da China e de Hong Kong”.

Em seu perfil no X (ex-Twitter), Rubio reiterou a medida: “Os EUA vão começar a revogar os vistos dos estudantes chineses, incluindo aqueles com vínculos ao Partido Comunista Chinês ou que estudam em campos críticos”.

O Departamento de Estado norte-americano implementará esta política como parte de uma estratégia do governo Trump para limitar o que considera ser uma influência chinesa em instituições acadêmicas dos Estados Unidos. A revogação afetará as categorias de visto “F”, “M” e “J”, utilizadas por estudantes estrangeiros.

A decisão se dá em um momento de tensões nas relações entre EUA e China. O governo Trump tem implementado diversas restrições a estudantes internacionais e a universidades norte-americanas, em paralelo à guerra comercial, que tem a China como principal alvo.

Segundo dados divulgados pelo jornal The New York Times, os principais afetados serão os aproximadamente 275 mil alunos chineses que atualmente estudam nos EUA. Até agora, familiares da maioria dos funcionários do Partido Comunista Chinês eram autorizados a estudar em universidades norte-americanas.

As universidades e laboratórios de pesquisa norte-americanos têm atraído estudantes da China e de outros países há décadas –e muitas instituições dependem dos alunos internacionais, que pagam mensalidades integrais.

Um relatório publicado pelo Departamento de Estado e pelo IIE (Instituto de Educação Internacional) mostrou que a China possui a 2ª maior parcela dos mais de 1,1 milhão de estudantes internacionais matriculados em instituições de ensino superior norte-americanas no período 2023-24.

Mais de 277 mil estudantes vieram da China, atrás somente da Índia, com mais de 331 mil estudantes. O número de alunos chineses caiu 4% em relação ao ano acadêmico anterior, enquanto o número de indianos aumentou 23%.

O comunicado não detalhou quais áreas de estudo seriam consideradas “campos críticos”. Também não explicou como as autoridades norte-americanas determinarão quais estudantes têm ligações com o Partido Comunista Chinês.

O DHS (sigla para Departamento de Segurança Interna) dos EUA intensificará a fiscalização sobre as universidades. Na semana passada, o departamento anunciou a revogação da certificação que permite à Universidade Harvard matricular estudantes estrangeiros, embora uma juíza federal tenha temporariamente bloqueado a medida.

“CÚMPLICES DE CENSURA A NORTE-AMERICANOS”

Rubio também anunciou que o Departamento de Estado não concederá vistos a funcionários estrangeiros que se envolvam na censura da liberdade de expressão de cidadãos norte-americanos.

“É inaceitável que funcionários estrangeiros emitam ou ameacem mandados de prisão contra cidadãos ou residentes dos EUA por postagens em redes sociais em plataformas norte-americanas enquanto fisicamente presentes em solo norte-americano”, afirmou em comunicado.

O secretário disse que “é igualmente inaceitável que funcionários estrangeiros exijam que plataformas tecnológicas norte-americanas adotem políticas globais de moderação de conteúdo. Ou que se envolvam em atividades de censura que ultrapassem sua autoridade e alcancem os Estados Unidos”.

As autoridades do entorno de Trump têm feito críticas aos governos da Europa e do Brasil pelo que qualificam como esforços para censurar a liberdade de expressão em plataformas digitais, como a Meta, de Mark Zuckerberg, e o X, de Elon Musk, um dos maiores doadores da campanha eleitoral do atual presidente.

O governo dos EUA não divulgou quem será atingido pela medida, mas afirmou que o objetivo é proteger os direitos constitucionais dos cidadãos norte-americanos, inclusive quando estiverem no exterior.

Embora não esteja claro se as sanções incluem autoridades brasileiras, como o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, congressistas da oposição celebraram nas redes sociais a decisão dos EUA. “Hoje é aniversário do Marco Rubio, mas quem ganha o presente é o Moraes”, escreveu o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

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