Gleisi diz que Haddad não deu detalhes sobre aumento do IOF

by Radar Invest News

“Como a medida não estava aberta e o Haddad é sempre muito cioso disso, ok, todo mundo aceitou, foi”, relatou a ministra das Relações Institucionais

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), falou sobre as mudanças nas alíquotas do IOF (Imposto de Operações Financeiras) durante uma reunião de avaliação do Orçamento, porém não chegou “a abrir com detalhes onde ia mexer”.

Hoffmann relatou que Haddad disse que a mudança seria “pequena”. E acrescentou: “Como a medida não estava aberta e o Haddad é sempre muito cioso disso, OK, todo mundo aceitou”. As declarações da ex-presidente do PT foram feitas durante o programa Conversa com Bial, veiculado pela TV Globo na madrugada desta 5ª feira (29.mai.2025).

O aumento do IOF se tornou uma questão controversa dentro do governo federal. Na semana passada, a Fazenda anunciou aumentos na alíquota do IOF para turbinar a arrecadação, mas diante da reação negativa no mercado e na opinião pública, teve de recuar em parte do decreto.

O principal ponto em que o governo voltou atrás referia-se ao imposto sobre aplicações de fundos nacionais no exterior. Antes fixado em zero, o governo havia elevado a alíquota para 3,5% nesses casos, mas, depois, voltou atrás e manteve a isenção.

Como mostrou Poder360, integrantes da gestão petista avaliaram que faltou uma estratégia de comunicação para anunciar o aumento na carga tributária. Haddad rebateu e, em entrevista ao O Globo, disse que a mudança foi debatida “na mesa” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião bimestral da qual não participou a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), chefiada por Sidônio Palmeira.

Além disso, a maioria dos líderes da Câmara dos Deputados e do Senado não foi comunicada pela Fazenda sobre o decreto, o que acirrou os ânimos entre congressistas e o governo federal.

O recuo foi decidido em reunião no Palácio do Planalto. Estavam presentes, além de Gleisi Hoffmann, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira. Haddad não participou, pois estava a caminho de São Paulo, mas disse que a decisão foi dele e que se tratava de uma medida técnica.

Nós sentamos, conversamos e avaliação foi essa, de que teve um erro ali e que o impacto era muito grande. É pior ficar do que nós recuarmos. Quando erra, paciência, recua, não tem problema”, afirmou a ministra dizendo que a reflexão sobre o recuo foi feita em conjunto com Haddad e a equipe da Fazenda.

Questionada se a reunião foi convocada quando se deu a crise, a ministra negou. “A gente estava na Casa Civil, porque estava em uma reunião com o Rui [Costa] e o Sidônio [Palmeira] sobre Inteligência Artificial. Quando eu cheguei, esse negócio [a crise do IOF] já estava”, disse. “Não teve reunião para isso, nós já estávamos lá”.


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