Bolsonaro temia que governo desandasse, diz Tarcísio no STF

by Radar Invest News

Governador de SP afirma que ex-presidente estava abatido após derrota em 2022, mas nega que ele tivesse intenção golpista

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse em depoimento no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 6ª feira (30.mai.2025) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) temia que o governo “desandasse” depois da derrota para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas negou que o ex- chefe do Executivo tivesse qualquer intenção golpista.

Tarcísio era ministro da Infraestrutura durante a gestão Bolsonaro. Ele foi escolhido pela defesa do ex-presidente como testemunha de defesa na ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

“Nesse período em que estive com o presidente nessa reta final, nas visitas que eu fiz, ele jamais tocou nesse assunto [tentativa de golpe] e não mencionou qualquer tipo de ruptura. Esse assunto nunca veio à pauta”, disse o governador.

Durante o depoimento à 1ª Turma da Corte, Tarcísio afirmou ter se encontrado com Bolsonaro em diversas ocasiões depois da derrota. Disse que o ex-presidente estava “triste, resignado”.

“Encontrei o presidente triste, resignado. O único comentário era lamentar e a preocupação era que a coisa desandasse, que houvesse interrupção no curso de reformas importantes, preocupação sempre com o curso do país”, afirmou.

O depoimento de Tarcísio faz parte da etapa que mira o núcleo central da tentativa de golpe. De acordo com a PGR (Procuradoria Geral da República), o grupo seria responsável por liderar a organização criminosa que queria impedir que o presidente Lula tomasse posse.

O STF começou a ouvir as testemunhas do núcleo 1 em 19 de maio e encerrará as oitivas na 2ª feira (2.jun).

Além do ex-presidente Bolsonaro, integram o núclero:

  • Walter Braga Netto, general do Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa.

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