Líder do PT na Câmara dos Deputados afirma ver indícios de uma possível obstrução de Justiça no processo em que ex-presidente é acusado de tentar dar um golpe
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta 6ª feira (30.mai.2025) uma representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) para que seja investigada uma chamada telefônica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS).
Bolsonaro ligou para seu ex-vice antes do depoimento prestado por Mourão ao STF (Supremo Tribunal Federal) em 23 de maio. Segundo o site Metrópoles, o ex-presidente teria pedido que o senador reforçasse pontos importantes de sua defesa, como dizer que nunca havia ouvido falar em golpe ou ruptura institucional.
Na representação, Lindbergh afirma que, mesmo sem ameaça explícita, houve “nítido desvio de conduta” por parte de Bolsonaro ao entrar em contato com uma “testemunha-chave”. Leia a íntegra (PDF – 258 kB).
O deputado pediu à PGR:
- a abertura de procedimento investigativo autônomo ou a inclusão do caso no inquérito em curso no STF;
- a requisição judicial dos registros da chamada entre Bolsonaro e Mourão;
- uma nova oitiva de Mourão para esclarecer o conteúdo da conversa;
- a imposição de medida cautelar que proíba Bolsonaro de manter contato, direto ou indireto, com testemunhas do processo.
Mourão foi ouvido como testemunha do general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), em uma ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Bolsonaro é réu no processo. Ele também foi incluído na lista de testemunhas pelas defesas de Bolsonaro e dos generais Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.