Senador afirma que o ex-presidente nunca discutiu uma possível ruptura institucional e estava pronto para realizar uma transição de governo pacífica
O líder da Oposição no Senado e ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo de Jair Bolsonaro (PL), Rogério Marinho (PL-RN), disse nesta 2ª feira (2.jun.2025) à 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) que o ex-presidente nunca discutiu uma possível ruptura institucional e estava preocupado em realizar uma transição pacífica de governo.
Segundo Marinho, mesmo chateado com a derrota, Bolsonaro estava preocupado para que “não houvesse excessos”, e, sim, “houvesse civilidade na transição de poder”. O pleito foi vencido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Houve preocupação grande no presidente para que não houvesse excessos, houvesse civilidade na transição de poder. Todos estávamos chateados, não esperávamos a derrota. É natural, você quer ganhar, não quer perder. Não é fácil uma eleição da forma que ocorreu. Eu via o presidente preocupado para não haver o bloqueio de rodovias, [para que] não prejudicasse a vida das pessoas, nada para atrapalhar a economia ou a mudança do comando do país”, afirmou o senador.
Marinho foi incluído como testemunha de defesa de Bolsonaro e do general Walter Braga Netto –vice na chapa do ex-presidente em 2022– na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado.
Questionado pelo advogado de Bolsonaro, Celso Villardi, sobre uma eventual participação do ex-presidente nos atos do 8 de Janeiro, Marinho disse ter se encontrado com o antigo chefe do Executivo depois das eleições em reuniões no Palácio do Alvorada, em Brasília, mas que nunca foi citado nada em relação ao episódio.
Segundo o senador, os temas tratados eram o fortalecimento do PL (Partido Liberal) nas eleições municipais e do Congresso. Além de um balanço sobre os possíveis motivos que teriam levado o partido à derrota.
DEPOIMENTOS
O STF terminou nesta 2ª feira (2.jun.) os depoimentos das testemunhas do núcleo 1 da ação penal sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Marinho foi o último a depor.
Ao todo, foram ouvidas 52 testemunhas de defesa e acusação. Houve 28 desistências e duas declarações apresentadas por escrito. Os depoimentos foram realizados por videoconferência, sem transmissão. A expectativa é de que as gravações sejam disponibilizadas na 3ª feira (3.jun).
Na 2ª feira (9.jun), Bolsonaro (PL) e os outros 7 réus do núcleo 1 serão interrogados no STF. Os depoimentos começarão às 14h e terminarão às 20h.