Segundo o Planalto, investimento é o maior da história do fundo; recursos vão para o Ibama investir na fiscalização do desmatamento ilegal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta 3ª feira (3.jun.2025) o investimento de R$ 825 milhões do Fundo Amazônia para o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Os recursos vão para execução do projeto FORTFISC (Fortalecimento da Fiscalização Ambiental para o Controle do Desmatamento Ilegal na Amazônia).
Eis a destinação dos recursos, segundo o Planalto:
- R$ 522,7 milhões – aquisição de aeronaves de grande porte, drones de asa fixa, construção de 4 bases operacionais e 8 helipontos em áreas estratégicas da Amazônia Legal;
- R$ 139,6 milhões – construção de centro nacional de treinamento, estruturas de armazenagem e aquisição de equipamentos como contêineres, trailers off-road, barracas e sistemas de comunicação;
- R$ 81,6 milhões – desenvolvimento de sistemas informatizados para a fiscalização ambiental, como gerenciamento de autos de infração, e implementação do sistema Desmatamento Zero;
- R$ 66,4 milhões – modernização da fiscalização remota com uso de inteligência artificial, geotecnologias e sensoriamento, com aplicação automática de sanções;
- R$ 15,5 milhões – criação de Unidade Gestora do Projeto para coordenar a execução técnica e financeira do FORTFISC.
Lula anunciou o investimento do fundo durante cerimônia no Palácio do Planalto alusiva ao Dia do Meio Ambiente. Foi fechada ao público, mas teve a presença da ministra da área, Marina Silva.
O Fundo Amazônia recebe recursos de países para apoiar projetos e medidas de preservação do bioma. Em abril de 2025, segundo o site oficial, o fundo já havia investido R$ 3,3 bilhões em 129 projetos desde 2021.
Ao lado de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, o petista afirmou que rodava o mundo nos primeiros mandatos para tentar ajuda com a dívida externa brasileira como pretexto para conseguir proteger o bioma amazônico. Agora, segundo ele, as pessoas entendem que, ao falar da preservação, sabem que é preciso cuidar das pessoas que moram na região.
Lula defende que uma remuneração para os serviços ambientais, como a preservação de mata nativa, por exemplo, seja feita por outros países. Segundo ele, essas nações desenvolvidas já exploraram suas reservas naturais e agora deveriam pagar para que quem ainda preserva mantenha dessa forma.
“Hoje as pessoas estão compreendendo que é muito bonito a gente defender a Amazônia, mas tem que saber que embaixo de cada copa daquelas árvores tem uma necessidade humana ou uma necessidade animal. Alguém precisa, sabe, que tenha uma ajuda para poder preservar”, afirmou.
Além de Lula e Marina, estavam presentes no ato as ministras das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, da Igualdade Racial, Anielle Franco, da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, também estavam presentes.
A ministra do Meio Ambiente também discursou e afirmou que é preciso agilizar os processos de licenciamento ambiental, mas sem precarizar a legislação atual.
“E, nesse momento, o diálogo, a disposição para ele, minha, da ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, dos nossos líderes no Congresso, é para que a gente consiga sair com um texto que agilize sem fragilizar, que viabilize o necessário encaminhamento dos projetos estratégicos para o nosso país, mas que mantenha a espinha dorsal da preservação ambiental do nosso país, que é o licenciamento”, afirmou.