Durante assinaturas de atos para o Dia do Meio Ambiente, o presidente defende que países já desenvolvidos paguem para nações que ainda preservam a mata nativa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 3ª feira (3.jun.2025) querer preservar a Amazônia “por conta” do Brasil, mas que aceitaria “ajuda de fora” para isso. Ele discursou durante assinaturas de atos para o Dia do Meio Ambiente no Palácio do Planalto, em Brasília.
“Nós queremos preservar a Amazônia por nossa conta, mas se alguém de fora quiser nos ajudar, nós iremos receber com muito carinho toda e qualquer ajuda do mundo”, declarou.
Ao lado de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, o petista afirmou que viajava pelo mundo nos primeiros mandatos para tentar conseguir ajuda com a dívida externa brasileira como pretexto para conseguir proteger o bioma amazônico.
Agora, segundo ele, as pessoas entendem que, ao falar da preservação, sabem que é preciso cuidar das pessoas que moram na região.
Lula defendeu um pagamento por iniciativas ambientais, como a preservação de mata nativa, por exemplo, seja feita por outros países. Segundo ele, nações desenvolvidas já exploraram suas reservas naturais e agora deveriam pagar para quem ainda preserva.
Além de Lula e Marina, estavam presentes no ato as ministras das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, da Igualdade Racial, Anielle Franco, da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.
FUNDO AMAZÔNIA
Durante o evento, Lula também anunciou R$ 825,7 milhões do fundo a serem destinados ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para execução do projeto FORTFISC (Fortalecimento da Fiscalização Ambiental para o Controle do
Desmatamento Ilegal na Amazônia).
Eis a destinação dos recursos, segundo o Planalto:
- R$ 522,7 milhões – aquisição de aeronaves de grande porte, drones de asa fixa, construção de 4 bases operacionais e 8 helipontos em áreas estratégicas da Amazônia Legal;
- R$ 139,6 milhões – construção de centro nacional de treinamento, estruturas de armazenagem e aquisição de equipamentos como contêineres, trailers off-road, barracas e sistemas de comunicação;
- R$ 81,6 milhões – desenvolvimento de sistemas informatizados para a fiscalização ambiental, como gerenciamento de autos de infração, e implementação do sistema Desmatamento Zero;
- R$ 66,4 milhões – modernização da fiscalização remota com uso de inteligência artificial, geotecnologias e sensoriamento, com aplicação automática de sanções;
- R$ 15,5 milhões – criação de Unidade Gestora do Projeto para coordenar a execução técnica e financeira do FORTFISC.