Trump propõe US$ 1.000 para cidadãos nascidos de 2025 a 2029

by Radar Invest News

Depósito do governo seria em parcela única e atrelado a um índice do mercado de ações; familiares e empregadores poderiam contribuir anualmente

O Presidente Donald Trump (Partido Republicano) apresentou detalhes da “Lei Investir na América” (Invest America Act), um componente central de seu pacote fiscal, que ele descreve como “verdadeiramente uma grande e bela lei” e “uma das peças mais importantes da legislação na história de nosso país”.

O cerne da proposta, apelidada de “Contas Trump”, visa a garantir um início financeiro robusto para as futuras gerações norte-americanas, estabelecendo que cada cidadão norte-americano nascido de 1º de janeiro de 2025 a 31 de dezembro de 2028 receberá uma contribuição única de US$ 1.000 do governo federal.

Essas contas serão com impostos diferidos e vinculadas a um índice do mercado de ações, permitindo que os fundos cresçam ao longo do tempo. Elas serão de propriedade privada e controladas pelos responsáveis da criança, geralmente os pais. A iniciativa incentiva ainda contribuições privadas adicionais anuais de até US$ 5.000 de familiares, amigos, empregadores, igrejas e fundações, amplificando o potencial de crescimento do montante. 

Segundo projeções mencionadas durante o anúncio, essas contas poderiam valer US$ 50.000 aos 18 anos, US$ 175 mil aos 30 anos e até US$ 1 milhão aos 50 anos com a contribuição inicial e a adição de US$ 750 por ano. Pesquisas mostram que crianças com contas poupança têm maior probabilidade de se formar no ensino médio e na faculdade, comprar uma casa, iniciar um negócio e têm menor probabilidade de serem encarceradas.

O presidente Trump assegurou que as “Contas Trump” serão “totalmente financiadas por meio de reformas direcionadas” dentro da “grande e bela lei”, incluindo US$ 1,7 trilhão em economias mandatórias de reformas de bem-estar social para combater o desperdício e a fraude, e um imposto de remessa de 3,5%.

Além do investimento para crianças, a legislação abrangente inclui as “maiores reduções de impostos na história dos EUA”, as “medidas de segurança de fronteira mais poderosas de todos os tempos”, e a reconstrução das forças armadas. A lei visa a impulsionar a prosperidade, criar empregos e aumentar os salários para todos os norte-americanos, com a expectativa de que famílias com 2 filhos terão aumento de até US$ 13.300 em sua renda anual disponível.

A proposta tem recebido apoio de líderes empresariais de destaque. Michael Dell, presidente da Dell Technologies, que é creditado por trazer a ideia à atenção do presidente, anunciou que a Dell Technologies igualará a contribuição do governo para cada filho de um integrante de sua equipe, e sua fundação familiar fará uma “doação muito significativa”. 

David Solomon, CEO do Goldman Sachs, vê a iniciativa como uma “oportunidade emocionante para parceria público-privada” e para educar futuras gerações sobre os mercados e o capitalismo. 

Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, descreveu a “Invest America Act” como um “trampolim” que “coloca o motor imparável dos juros compostos para trabalhar para nossas crianças desde o primeiro dia”. O Presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson (Partido Republicano), elogiou a iniciativa como um incentivo ao livre mercado, ao investimento e à compreensão do capitalismo, visando uma “sociedade de proprietários”.

Para o presidente Trump, a legislação é um passo crucial para “tornar a América grande novamente” –slogan que ele usa desde a sua campanha presidencial–, transformando-a em um país “grande, seguro, bonito e muito rico novamente”. Ele enfatiza que a iniciativa, ao dar a cada americano a sensação de estar “no jogo”, representa um compromisso com o futuro e com a prosperidade de cada nova geração, assegurando que o “direito de todo norte-americano de ascender” seja “verdadeiramente alcançável”.

A proposta do republicano ainda depende de aprovação no Senado para entrar em vigor. O pacote fiscal foi aprovado na Câmara em maio, mas está travado na Casa Alta. As “Contas Trump” não podem ser implementadas como um programa independente e dependem da aprovação do Congresso. 

No entanto, o Escritório de Orçamento do Congresso constatou em 4 de junho que o projeto de lei também adicionaria US$ 2,4 trilhões à dívida nacional na próxima década, além de cortar os programas de saúde Medicaid e de assistência alimentar. A análise mostrou que o projeto de lei aprovado na Câmara deixaria mais 10,9 milhões de norte-americanos sem assistência médica até 2034.

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