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Os data centers são as potências do mundo digital – mas eles têm um custo ambiental pesado. Globalmente, eles consomem cerca de 460 terawatt-horas (TWH) de eletricidade a cada ano, equivalentes às necessidades energéticas de 153 milhões de casas. Sem intervenção, sua pegada de carbono pode atingir 3,2% das emissões globais até 2025. Teja Potočnik, pesquisador esloveno de 26 anos, está trabalhando para mudar isso.
Sua invenção – uma plataforma automatizada de integração de nanomateriais – otimiza a fabricação de dispositivos de semicondutores avançados, também conhecidos como chips. Esses chips avançados, por sua vez, alimentam os servidores e o hardware que executam os data centers atuais. Ao permitir a produção de chips mais eficientes em termos de energia, sua inovação contribui diretamente para reduzir o consumo maciço de energia de data centers em todo o mundo.
“O problema que estamos resolvendo é a demanda cada vez maior por microchips mais rápidos, mais eficientes e mais poderosos. Isso ocorre devido à demanda de IA, usuários de computação quântica e armazenamento de dados”, explica Potočnik: “Nossa invenção pode ajudar na fabricação de lascas mais econômicas.
Este projeto pioneiro lhe rendeu um lugar entre os inovadores selecionados homenageados no Prêmio de Inventores Jovens de 2025, concedido pelo Escritório Europeu de Patentes.
Transformando nanotecnologia em ferramentas industriais
À medida que os chips se tornam menores e mais poderosos, os fabricantes estão recorrendo a materiais como grafeno, nanotubos de carbono e pontos quânticos para ultrapassar os limites do desempenho. Mas, embora esses nanomateriais tenham imensa promessa, integrá -los em escala continua sendo um grande desafio.
A invenção de Potočnik, Litotag, aborda esse gargalo. Ao incorporar marcadores em nanoescala nas bolachas de semicondutores, a plataforma permite o alinhamento e a integração precisos de nanomateriais com alta repetibilidade. Isso preenche a lacuna entre pesquisa de laboratório e fabricação industrial.
“O setor se preocupa com confiabilidade, replicação e integração nos processos de fabricação”, diz ela. “Não importa o quão boa seja uma tecnologia, ela tem pouco valor se não puder ser escalonada.”
Da Eslovênia a Cambridge e além
Originalmente da Eslovênia, Potočnik mudou -se para o Reino Unido para estudar ciência e engenharia de materiais, onde diz que “se apaixonou por nanomateriais”.
Potočnik co-fundou a nanomação de startups ao concluir seu doutorado em nanofabricação na Universidade de Cambridge. Com o apoio da Cambridge Enterprise, ela e sua equipe entraram com um pedido de patente e começaram a explorar parcerias comerciais com fabricantes de chips.
Mas não se trata apenas de negócios: o trabalho de Potočnik suporta diretamente o objetivo de desenvolvimento sustentável da ONU 9 – indústria, inovação e infraestrutura – melhorando a escalabilidade da microeletrônica sustentável. Isso pode levar a dispositivos de consumo mais eficientes em termos de energia e infraestrutura de data center, com benefícios ambientais generalizados.
Transformando a descoberta em prática padrão
Olhando para o futuro, Potočnik prevê sua tecnologia se tornar padrão na manufatura avançada de eletrônicos. “A verdadeira vantagem de nossa tecnologia é que ela pode ser aplicada a qualquer material e qualquer tipo de design eletrônico, por isso realmente esperamos nos tornar o padrão da indústria na integração de nanomateriais em circuitos avançados”, explica ela.
Além do laboratório, a jovem inovadora eslovena espera que sua história incentive outras pessoas a buscar idéias ousadas e escaláveis que possam fazer a diferença.
“Para todos os inventores que estão pensando em perceber sua nova idéia, eu diria que só tem uma mente aberta e seja corajoso”, aconselha Potočnik.