Reunião no Itamaraty nesta 3ª feira (17.jun) aborda acesso a vacinas, hospitais inteligentes e resposta a emergências de saúde pública
Os países do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, realizam nesta 3ª feira (17.jun.2025) a 15ª Reunião de Ministros da Saúde no Palácio Itamaraty, em Brasília.
O encontro visa fortalecer a cooperação entre os integrantes do bloco na área da saúde, com foco em equidade, inovação e enfrentamento de emergências sanitárias.
Participam da reunião representantes de 13 países:
- Alexandre Padilha (ministro da Saúde do Brasil);
- Guo Yanhong (vice-ministra da Saúde da China);
- Oleg Salagay (porta-voz do Ministério da Saúde da Rússia);
- Aaron Motsoaledi (ministro da Saúde da África do Sul);
- Abdulrahman Al Owais (ministro da Saúde dos Emirados Árabes Unidos);
- José Ángel Portal Miranda (ministro da Saúde de Cuba);
- Salako Iziaq Adekunle Adeboye (ministro da Saúde da Nigéria);
- Sandip Kumar Kujur (embaixador da Índia no Brasil);
- Mai Khalil (embaixadora do Egito no Brasil);
- Leulseged Tadese (embaixador da Etiópia no Brasil);
- Bayu Teja Muliawan (assessor sênior do Ministério da Saúde da Indonésia);
- Abdollah Nekounam (embaixador do Irã no Brasil); e
- Muhamad Muhaimin Azmi (encarregado de negócios da embaixada da Malásia no Brasil).
Durante a abertura do encontro, o ministro Alexandre Padilha criticou o bloqueio ao acesso de ajuda humanitária em zonas de guerra.
“Reprovamos veementemente ataques a trabalhadores da saúde, instalações sanitárias e territórios em situação de guerra. Conflitos armados tornam ainda mais vulneráveis populações que já enfrentam dificuldades, levando ao colapso dos sistemas de saúde […] O bloqueio ao acesso de ajuda humanitária agrava ainda mais as crises sanitárias”, disse.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já divulgou 64 notas condenando ações das FDI (Forças de Defesa de Israel) na Faixa de Gaza, no Líbano e no Irã desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro de 2023.
Padilha também citou o compromisso do Brasil com o novo acordo pandêmico da OMS (Organização Mundial da Saúde), aprovado na última Assembleia Geral da entidade, que visa a preparação para futuras emergências sanitárias.
“Enquanto alguns presidentes cortam investimentos e cancelam contratos de pesquisa e produção de vacina, temos que ser capazes de liderar um mundo que aposta na ciência, na transferência de tecnologias, em salvar vidas. Ser capazes também de implementar o histórico acordo pandêmico da OMS, visando a preparação para futuras emergências e pandemias”, afirmou.
A saúde foi definida como tema prioritário durante a presidência brasileira do Brics em 2025. Em março, os países anunciaram iniciativas conjuntas para enfrentar doenças socialmente determinadas (SDD) e doenças tropicais negligenciadas (NTD), ligadas à pobreza e à desigualdade.
Entre as ações previstas estão:
- promoção da equidade no acesso a tratamentos, diagnósticos e vacinas;
- desenvolvimento de tecnologias emergentes em saúde;
- treinamento de profissionais;
- pesquisa em tuberculose;
- produção de imunizantes;
- construção de hospitais inteligentes.
A partir das 14h, será realizada uma entrevista coletiva para tratar dos avanços pactuados durante o encontro.
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