Populismo fiscal entra em cena: nova tarifa social e pacotes setoriais acendem alerta em ano eleitoral

by Radar Invest News

Governo avança em medidas de apelo popular fora do orçamento, com impacto direto no setor elétrico e nas contas públicas.

O governo federal intensificou nesta semana o lançamento de políticas públicas com alto apelo social, que levantaram preocupações nos mercados quanto ao compromisso com o equilíbrio fiscal — especialmente em ano eleitoral. Entre os anúncios, destaca-se a Nova Tarifa Social de Energia Elétrica, que isenta da conta de luz consumidores com faixa de consumo de até 80 kWh mensais. A medida faz parte da proposta de reforma do setor elétrico e já foi apresentada oficialmente ao Senado pelo presidente Lula.

A gratuidade será compensada por um reajuste de 1,5% na tarifa dos demais consumidores, além do corte de subsídios para energia eólica e solar, o que pode gerar distorções no mercado e desestimular novos investimentos no setor. A proposta prevê ainda a abertura total do mercado livre de energia até 2028, mas já gera ruídos regulatórios e pressões sobre o Ministério do Meio Ambiente.

Além da tarifa, o governo estuda novas linhas de crédito com foco em microempreendedores e entregadores de aplicativos, utilizando o Pix recorrente como garantia de pagamento, e uma proposta em conjunto com Caixa e Banco do Brasil para financiamento da compra de motocicletas. Também foi citada a possibilidade de utilizar hospitais particulares para realizar cirurgias do SUS, em troca da troca de dívidas por serviços, uma medida vista como improvisada por especialistas da área da saúde pública.

Apesar de algumas dessas ações ainda estarem fora do escopo orçamentário direto, o acúmulo de promessas desconectadas de compensações fiscais claras tem sido lido pelo mercado como uma tentativa de impulsionar a imagem do governo às vésperas de uma nova disputa eleitoral, o que coloca em xeque a credibilidade do arcabouço fiscal.

Visão Radar sobre a notícia:
O governo parece adotar um roteiro de expansão populista camuflada, via medidas setoriais indiretas. Embora legítimas em termos sociais, essas iniciativas comprometem a previsibilidade fiscal e ampliam a percepção de risco político, especialmente se vierem desacompanhadas de cortes reais ou reformas estruturais.

Impacto nos ativos:

  • 🔴 DI: Negativo – pressão sobre curva longa com receio de deterioração fiscal
  • 🔴 Ibovespa: Negativo – setores regulados e empresas públicas sob pressão
  • 🔴 Dólar: Negativo – aumento do risco fiscal afeta a confiança
  • 🔘 Bitcoin: Neutro – impacto indireto, pode se beneficiar como ativo alternativo

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