Promovido pelo aumento das tensões no continente, muitos países da Europa emitiram recentemente guias de sobrevivência, ajudando seus cidadãos a se prepararem para uma crise como uma guerra ou um ataque cibernético.
No final de março, a Comissão Europeia pediu aos Estados membros que apoiassem seus residentes a estarem prontos para essas situações.
Portugal sofreu recentemente um blecaute que levou seus cidadãos a levar essas recomendações mais a sério.
Para lidar com situações como a queda de energia de Portugal, a Comissão recomenda ter um kit de emergência de 72 horas em casa.
Os itens sugeridos a serem disponíveis incluem kit de primeiros socorros e medicamentos, rádios e tochas operados por bateria, carregadores, dinheiro, cópias de documentos importantes, chaves, roupas quentes e ferramentas básicas.
A comida é, obviamente, também essencial.
Mas quando se trata de comida, quais produtos são mais adequados para uma situação de emergência? A Euronews conversou com um nutricionista para descobrir.
O que priorizar?
A nutricionista Lia Faria enfatizou a importância de comprar bens não perecíveis e produtos que não precisam ser cozidos antes de comer.
Por exemplo, faz mais sentido estocar pulsos enlatados – feijões, ervilhas e lentilhas – do que os secos, disse Faria.
É “importante sempre ter alternativas que não precisam ser cozidas, pois em emergências podemos não ter acesso à eletricidade ou a gás”, explicou o especialista.
Faria também sugeriu que as pessoas tentassem garantir “alguma variedade do ponto de vista nutricional”.
No que diz respeito à proteína, “peixe e frango enlatados, bem como ovos desidratados” não devem ser deixados de fora de uma lista de kits de emergência, de acordo com Faria.
Também é recomendado um suplemento fácil de consumir, como a proteína de soro de leite ou soja, disse o nutricionista.
Em vez de carne seca, pulsos enlatados podem ser uma melhor fonte de proteínas, disse Faria. Eles também têm a vantagem de fornecer carboidratos e fibras.
Quanto às “fontes de gordura”, Faria disse que as pessoas devem considerar a compra de óleo de azeite e vegetais, bem como peixes oleosos, incluindo sardinha enlatada, salmão e cavala.
“Não há dúvida de que a maior lacuna nesse tipo de kit se refere ao armazenamento de frutas e vegetais, como você poderia esperar”, acrescentou Faria, que sugeriu que “opções desidratadas são interessantes, mas a verdade é que, especialmente quando se trata de vegetais, ainda não há muitas opções no mercado”.
Faria observou que outra maneira de evitar um déficit nutricional seria estocar suplementos multivitamínicos.
Finalmente, o nutricionista apontou os benefícios de armazenar alimentos com um alto teor de calorias, como açúcar, mel e geléia.
E “a água, sem dúvida uma mercadoria essencial, também deve ser uma prioridade nesses casos”, concluiu Faria.